Tudoumpouco.

Vamos lá...

Mais de 3 anos depois, eu já nem sei se sou a mesma.
Estava precisando demais disso.
Quem diria que um dia eu poderia imaginar voltar a escrever.
As vezes achamos, ou melhor, mascaramos a realidade.
De que as feridas se fecham.
Mas, na verdade elas se fecham e logo se abrem outras.
Estou num novo momento, outro lugar, outra cidade.
Lugar que eu nunca imaginei estar.
E ainda mais precisar jogar tudo pra fora, assim desse jeito, do mesmo que era antes.
É pra isso que a gente escreve, pra se livrar...

É muito mais difícil agora escrever, o tempo passa e vamos ficando mais rígida consigo mesma.
Pra mim, está tudo uma bosta.

Mas é só o começo.
e eu preciso ir pra aula...

É muito fácil ser "pais" hoje em dia. Você deixa na escolinha, compra um tablet, um video game, uma televisão e compra comida. Não tem mais o cuidar, o brincar, o educar. É mais fácil dizer sim pra tudo, passar a mão na cabeça, colocar a culpa nos avós, nos professores.. Ser pai e mãe hoje em dia é, desfilar com a roupa mais bonita, falar que estuda numa escola boa, dar broncas de vez em quando pra falar que dá e dizer que é uma família feliz. Engraçado é que depois reclama do filho, reclama da falta do controle, e mais futuramente fala " Eu dei tudo do bom e do melhor, não sei porque ele ficou assim" "Eu dei tudo que eu não tive". 



Ser "pai" hoje em dia é fácil demais... 

Ninguém percebe o seu defeito até que você aponte-o.
Ai só basta a outra pessoa aceitar e gostar do mesmo.

Começar o ano com amor é sempre bom.


"Quero 
Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.


Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor."




Carlos Drummond de Andrade

Two thousand and thriteen.